Agricultura sustentável lidera debates na COP29 como solução para crise climática

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A 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que está sendo realizada em Baku, no Azerbaijão, colocou a agricultura no centro dos debates sobre estratégias globais de combate às mudanças climáticas.
Com a Casa da Agricultura Sustentável, organizada pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), o evento destacou desafios e avanços na construção de uma produção mais sustentável, resiliente e ambientalmente responsável.
O IICA levou para o Azerbaijão visões e modelos de sucesso que ocorrem nos 34 países das Américas que integram a instituição. Ao longo dos 12 dias de conferência, o espaço receberá mais de 50 painéis e diálogos envolvendo a participação de centenas de produtores, acadêmicos e representantes de instituições governamentais e da sociedade civil.

Entre os temas abordados, o painel Adaptação pela Abordagem de Soluções Baseadas na Natureza para Medir a Vulnerabilidade e os Riscos na Região da América Latina e Caribe trouxe modelos de sucesso dos 34 países membros do IICA. O objetivo foi debater como alinhar práticas agrícolas às demandas ambientais, considerando a necessidade de políticas públicas eficazes e mecanismos financeiros que viabilizem a transição para uma agricultura de baixo carbono.

O ex-diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, defendeu a criação de um marco regulatório que integre incentivos financeiros à sustentabilidade. Segundo ele, tal estrutura permitiria que produtores enxergassem vantagens em investir em práticas sustentáveis, complementando subsídios governamentais com estímulos privados.

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Azevedo também destacou o papel central da inovação tecnológica. “A cada dia surgem novas tecnologias que aceleram a transição para práticas agrícolas mais sustentáveis. Esse é um processo dinâmico que exige constante adaptação do setor”, afirmou.

Além disso, o ministro de Desenvolvimento Agrário do Brasil, Paulo Teixeira, apresentou os avanços do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), com aumento no financiamento de práticas agroecológicas e redução no apoio à agricultura transgênica. Ele destacou um crescimento significativo na produção de alimentos como feijão, batata e cenoura, em contraste com a queda de 14% na produção de soja pela agricultura familiar.

Com a COP30 programada para 2025 em Belém, no Pará, o IICA já articula a integração de agendas para promover a sustentabilidade na agricultura. Reuniões entre o governador paraense Helder Barbalho e representantes do setor visaram alinhar estratégias para reduzir emissões por meio de um melhor uso da terra, área que representa 96% das emissões no estado.

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Para Manuel Otero, diretor-presidente do IICA, o avanço na agenda climática depende da construção de pontes entre o agro e o meio ambiente. “Pequenos, médios e grandes produtores devem unir esforços para alcançar o desenvolvimento sustentável. Ninguém pode ficar de fora dessa transformação”, declarou.

A COP29, que vai até o próximo dia 22, deve consolidar a agricultura como elemento chave na luta contra as mudanças climáticas. Com debates centrados na adaptação, financiamento e inovação tecnológica, o evento reforça a necessidade de parcerias globais para acelerar a transição para uma economia mais verde.

O evento anual é organizado pelo UNFCCC, fundo da ONU especializado no tema. Estão presentes cerca de 200 países. Mas, além das representações governamentais, o evento conta com representantes da sociedade civil, chamados de Observadores.

O protagonismo do Brasil, com iniciativas voltadas para a agricultura familiar e a realização da próxima conferência em Belém, aponta para um papel estratégico do país no futuro sustentável da agricultura mundial.

Fonte: Pensar Agro

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